Eu tenho saudade de tantas coisas boas e tantas coisas vãs. Por isso descrevo, anoto tudo, assim completo o meu álbum mágico da felicidade...

domingo, 21 de agosto de 2011

Do tempo da saudade...


São Paulo, julho, 2011

Tem dor de saudade
Tem as lembranças
E tem o amor que ficou
Parado, pronto
Esperando o momento certo pra ocupar o espaço
Enquanto por aqui restou muita fé
E a contagem para que chegue ao fim os dias mais extensos do ano.




Foto: Plataforma 4, embarque: Júlio Prestes. (A.S.V.)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Carta

Dear,

Sabe quando a gente ama uma pessoa porque ela tem tudo que combina com a gente? Um alguém que conhecemos, sabemos das reações, mas que prezamos tanto pelo sentimento dela que cada palavra, cada olhar, cada gesto tem de ser delicado e cuidadoso para que ela nunca se magoe por algo que façamos ainda que sem querer. Um alguém mágico que aparece nos nossos sonhos ao irmos para a cama e naqueles que basta estarmos vivos para sonhar. É quem a gente imagina quando fecha os olhos cantando uma canção fantástica. Alguém doce, mas não enjoado, que adora falar bobagens conosco e com quem a gente cria um dialeto único de comunicação interna e sublime. Sentimos saudade, excitação pela chegada e tristeza na saída, que nos satisfazemos só de olhar, admirar... que nos impressiona pelas mais ínfimas razões. Alguém que deixa o mundo mais colorido, que nos dá vontade de viver e voltar para casa todos os dias, que nos faz querer amar tudo, porque o sentimento é tão intenso que transborda. Um príncipe, um cavaleiro de coração selvagem e um romântico à moda antiga. 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Carícias

Fico pontuando motivos para não vê-lo mais, e o que eu quero, mais que tudo, é fazer amor com ele. Durante as últimas semanas tenho vivido como alguém que nunca fui e sempre quis ser. É quase uma interpretação de mim mesma. O eu fílmico tem tomado o meu lugar na vida real. E, é engraçado, pela primeira vez tenho a certeza de que estou vivendo... No entanto, as coisas me parecem tão simples e tão ausentes de sentimento. O nome correto talvez seja consciência... da chegada e da partida. Da volta sem data marcada. Das peças do destino. Agora reconheço que é preciso dar liberdade para se ter amor ou para se ter o retorno cotidiano de alguém. 

 O meu ser vem se alimentando do teu eu, de tu em mim, da minha pele fundida na tua carne, no teu pêlo, no teu hálito... não sei se vai sobrar saudade, mas com certeza vai ficar o desejo latente,  profundo e confesso no meu cotidiano, mente e espaço, sobre os meus lençóis...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Despedida


Eu tenho uma coisa a te dizer... Que eu vou sem data de volta. As minhas coisas por aqui vão ficar todas largadas. Provavelmente não vai ser tudo tão fácil, mas é a chance de começar uma nova vida. Sem máscaras, sem arrodeios, sem sofrimentos antigos que me impedem de caminhar para qualquer sentido. Depois, quem sabe, eu volto com tudo estabilizado, cheia de amor e talvez até tenha plantado alguma semente nessa vida. Venho sem avisar mesmo, bato na sua porta, entro, converso, pego as minhas coisas e vou embora. Isso é matar a saudade. Aí de repente, pode ser que eu comece a restabelecer tudo por aqui, querer ter contato e, quem sabe, mando ao menos um telegrama. Agora, eu realmente preciso ir. Tenho que me amar um pouco e fazer essa loucura sã. Eu preciso ser feliz...


Foto: Do que desejo e do que amei. (A.s.v.)

segunda-feira, 15 de março de 2010

O apanhador


Sou um apanhado de coisas terrestres e fantásticas
Sou um leão em pele de cordeiro
Vim de um tempo onde tudo era distante
Difícil de ser tragado, onde tudo era novo
Onde tudo estava renascendo
Vim de um amor confuso
 Cheio de incertezas
Mas carregado de fé e esperança
Vou para onde o destino pede
Para onde o meu coração me leva
Para o caminho da tolerância e da criatividade
Vou em busca de maneiras de tornar real
O que é mais que uma vontade
É um carisma, um amor, é o jeito!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Conversas

“Eu não tranquei a porta antes porque não adiantava, não adiantaria e nunca adiantou. Todas as vezes que você me usou eu fingi não gostar, mas, a verdade é mais do que aquilo que eu te falei... Eu tentei fugir do amor, tentei como quem se suja, se arranca de qualquer jeito sem sentir dor, mas você não entendia que eu não era capaz de aguentar, e continuava... perdão, meu amor, perdão. Tudo o que eu sempre fiz foi ser eu mesma e me omitir, mentindo que eu não amava você. A única coisa que eu pretendia era renegar tudo isso, simplesmente. Desde o princípio comecei errando. Te deixando entrar na minha vida, te acomodando, te fazendo meu... Só que eu não entendi que te sufocava de tanto querer, então, morri. Por dentro e depois por fora, estragando toda a minha pele e o meu batom. Arranjei motivos para me torturar e percebi que eu tinha ficado louca e soberba. Não, eu nunca tive um motivo muito bom pra te abandonar, porque tudo sempre foi perfeito, mas, mesmo assim, eu precisava me despedir. Primeiro, porque te amei – e te amo - e depois, porque eu preciso me salvar de ti...

... a única coisa que não quero perder de nós dois é que fomos personagens perfeitos, dignos de cinema.”


[Tudo isso é apenas um sonho]

sábado, 16 de maio de 2009

Substanciado




Acabo sempre cansando

Pensando.




Enjoei de um certo tipo

Pra mim, serviria algo substancial




E, por ora, eu seria completa e bastante

E não iria impor nada

Nem transformaria tudo em migalhas




Também não imploraria perdão

Por uma culpa não entornada

De não poder me doar quando me pedem




O peso do pensamento

Peca



Mas seria injusto

Amar

Não amando




E assim

Fico só...



...bria.



domingo, 19 de abril de 2009

Esperando o verão dos sonhos


Antes eu me enfeitava e saía pelas ruas, possuindo-as
Todas para mim...
Hoje, sou o barco parado na beira do cais
Esperando o verão dos sonhos
Que tanto me prometeram.

Me esconderam de mim, ou fui eu que fiz assim?
Se eu soubesse por onde começar
Dedilharia tudo outra vez, e outra vez...

Parece que tem horas onde perco os meus pés,
E o meu sorriso dói
Porque já não é fácil alcançá-lo


Não é fácil alcançar um sorriso...


Não sei mais onde encontro a menina dona das ruas
Não sei onde ela descalçou as sandálias
E as trocou por um belo punhado de outros nós
Não sei em que parte tudo isso se perdeu...

Para um amor desconhecido...








Quero beijá-lo como um beijo novo
Como nunca beijei outro antes
Mágico e empolgante como os nossos diálogos
               E como todas as nossas expectativas e desejos...



[Dedicado...]

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mãe liberdade.

Mamãe falou
Eu ainda criança
Que um dia ia me deixar
Eu era pequena pra entender
Quanta doçura ela devia ter

Mas no dia em que chorei
Ela nem disse adeus
E foi aí que eu entendi
Ela não era feita de adeus

E hoje sigo alguns passos
De quem nunca me deixou sem um abraço
Foi luz, sombra, teto e clareza
Viveu em muitas estradas
E só conhecia a liberdade

Mamãe, esse foi o problema
Tuas asas partiram para o céu
E me deixaram sem ti

O que mamãe escondia
É que era ela
A liberdade em si.

sábado, 4 de abril de 2009

Enquanto você pedia calma.

Enquanto você pedia calma, eu não tinha paciência de esperar. Dois minutos, um, qualquer tempo que fosse, qualquer. Eu queria tudo num segundo ou dois, era o que eu disponibilizava naquele momento. Em se fazer de vítima o craque era você, que enganava, sugava o sentimento dos outros e depois sumia da vida delas como se tivesse toda a autoridade. Mas eu sabia o quanto você podia ser insuportável e esnobe, chutava suas mentiras para o alto e as acertava nos outros, no lugar de se assumir e admitir ser o culpado e violentador de sentimentos. 

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Das minhas mentiras e das minhas vaidades

Un chapitre

O cheiro de cigarro faz eu me lembrar dele... não é nenhuma coisa específica, nem algo que seja tão saliente como a sua falta de jeito, mas é um troço que eu sinto e lembro da primeira e única vez que senti, de fato, que ele estava sendo um bocado meu. Segurando minhas mãos... e aquilo foi a coisa mais próxima a algum tipo de intimidade a que chegamos perto um do outro, nem os nossos beijos foram tão intensos... ali, achei que algo pudesse realmente dar certo sobre essa coisa toda de se apaixonar, afinal, me declarei pra ele antes de qualquer coisa e de qualquer beijo...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Débora's right


(...) Quero dizer que te amo, de uma forma que se eu pudesse medir, meus braços não alcançariam, tamanha seria a distância. Por mais tempo que eu passe sem te ouvir ao telefone, nunca parece-me existir alguma saudade entre nós. Te quero tanto e tão bem... é preciso que você saiba que lembro de você diariamente, com o mesmo gosto e o mesmo cheiro de licor mentolado. E todas as tuas infinitas particularidades me atraem. É que eu nunca vi tamanha mulher em uma menina... e não sei bem explicar; se você conseguisse ver seu espelho, veria ensimesma o quanto de grande em pequena poesia você se faz. E assim como páginas recicladas arrancadas de um livro, você mais uma vez foge para se juntar ao sol. Menina, bonita; de vestido florido e cabelos lisos ou encaracolados vai na ponte do Recife... Logo atrás eu te sigo correndo, tentando agarrar-me em teus fios negros. Queria só roubar teu coração para bordar no meu peito...



[Dedicado... a uma das raras que mais me incentivam a dedilhar tantas palavras e a quem deposito sinceramente muito da minha confiança e amizade, até onde esses olhos decidirem brilhar...]


Desenho por: Débora Santos

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dejetos (Gaspiller)

(...) Je l'ai fait, enfin, mademoiselle. Chaque jour, après la fin de mon amour. Vide que la vie il a mené avant de prendre une bonne partie de moi pour vous, et qui ont continué de prendre, après avoir découvert qu'il était malheureusement uniquement. Parce qu'il a remarqué que lors de leur entrée dans le monde en leur temps et leurs nuits, qu'il a insisté pour être seul. Raté mon amour de toutes les petites heures de la journée, et besoin de moi pour aussi peu que possible, toujours. Essayer de me remplacer la valeur de rien, en fait, personne ne pourrait bénéficier de la même nation et la même blague à laquelle j'ai appartenu. À ses yeux, les femmes sont refoulés dans certains ridicule et déplacée. Et pour de plus amples jupes brodées et qui ont été plus ou ils sont beaux, ils réaliser l'exploit jamais à le faire aimer ... Et pour moi il a attendu jusqu'à son dernier souffle, avec des yeux presque mort continuer à chercher pour la lumière du soleil, et Grognonnerie mon nom à chaque fois comme il l'a fait quand j'ai regardé en silence, mais maintenant, pour la dernière fois ...
Marianne Liberté, Lyon, 1912.




(...) Eu fiz ele, enfim, sentir saudades. Todos os dias posteriores ao fim do meu amor. Naquela vida vazia que ele levou antes de tomar uma boa parte de mim para si, e que continuou levando depois de descobrir que era desgraçadamente só. Porque ele só notou o mundo quando entrei nos seus dias e nas suas noites, essas que ele insistia em ficar sozinho. Sentiu falta do meu amor todas as pequenas horas do dia, e de precisar de mim para o mínimo possível, sempre. Tentar substituir-me de nada o valeu; de fato, ninguém saberia desfrutar do mesmo tino e do mesmo gracejo a que me pertencia. Aos olhos dele, as mulheres volveram-se todas numas tolas e descabidas. E por mais bordados e saias que tivessem ou por mais belas que fossem, elas jamais conseguiriam a proeza de fazê-lo amá-las... E por mim ele esperou até o seu último suspiro; lutando com seus olhos quase mortos para continuar a olhar a luz do sol, e murmurando o meu nome como todas as vezes que ele fazia quando me observava discretamente; mas agora pela última vez...

Marianne Liberté, Lyon, 1912.



quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Diálogos de uma louca, parte dois.


Queria dele um pouco mais de saudade, um pouco mais de lembrança e um pouco menos de bobagem. Queria saber se tudo o que ele disse é realmente verdade. Se fui eu a grande, a mulher, a constante e a única a saber do que ele realmente faz... Saber de todos os caminhos dele, e todas as expectativas, que são nenhumas, que ele de todo só tem coragem, mas que lhe falta a congruência e a essência fundamentais para ser quem foi quando estava ao meu lado... Porque eu era uma espécie de ânimo e de aterro sobre as suas pequenas coisas inúteis... Eu o amei todos os dias, enquanto estive ao seu lado, e, no entanto ele parecia se contentar com muito menos que aquilo... Chego a pensar agora se o erro foi tê-lo amado demais. Talvez, se ele de repente merecesse, mas acabo ficando com o ‘foi perda de tempo’. Embora não se deva medir o amor quando se ame, é preciso também pondera-lo. Porque agora, realmente, acho que o erro está na parte onde amei demais...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Fios.

A vontade que deu olhá-la ali cortando os cabelos foi de juntar todos aqueles fios espalhados pelo chão e juntá-los e guardá-los junto a mim, só pra lembrar dela quando eu sentir um pouco de saudade e daí sentir o perfume dos cabelos dela, pra lembrar o momento que estive com ela e pra confirmar que ter apenas o sentimento não me basta... quero ela sólida, viva, e de cabelos ao vento como sempre a vi. E aqueles olhos... ah, aqueles verdes me matam.





[Dedicado...]